sábado, 19 de fevereiro de 2011

Introdução à Neurologia

O Sistema Nervoso (SN) desempenha diversas funções, como receber, processar, analisar e integrar informações do corpo ou do meio, emitir ordens aos órgãos efetores, armazenar informações adquiridas, e também desempenha uma função de regulação geral das funções do organismo.
Didaticamente, podemos dividir o SN em: Sistema Nervoso Central (SNC), Sistema Nervoso Periférico (SNP) e Sistema Nervoso Autônomo (SNA).
O SNC é composto pelo Encéfalo (Telencéfalo, Diencéfalo, Cerebelo e Tronco Encefálico - Mesencéfalo, Ponte e Bulbo) e Medula Espinal. Está protegido do meio externo por três barreiras: ossos (crânio/vértebras), meninges e líquor.
As meninges se dispõem em três camadas, sendo a Dura-Máter a mais externa, resistente, de tecido conjuntivo fibroso; a Aracnóide, mais interna que a Dura-Máter, trata-se de uma membrana avascular unida à Pia-Máter por trabéculas; e a Pia-Máter, que é uma membrana delgada aderida à substância encefálica e vascularizada. Entre a Aracnóide e a Pia-Máter temos o espaço subaracnóideo, que contém o líquor.
O SNP é formado pelos 12 pares de nervos cranianos e pelos 31 pares de nervos espinais. Os nervos podem ser sensoriais, motores ou mistos, funcionando como vias por onde correm informações da periferia para o SNC e vice-versa.

O SNA é o sistema responsável pela regulação das funções vegetativas. É dividido em Simpático, “tóraco-lombar”, que participa das situações de “luta ou fuga”, em exercícios físicos, em casos de tensão emocional e processos de catabolismo; e Parassimpático, “crânio-sacral”, que participa ativamente nas situações de repouso, de esvaziamento das vísceras e do processo de anabolismo. Estas duas porções atuam de maneira antagônico-sinérgica, sendo que o simpático tem uma ação mais difusa, em bloco, enquanto o parassimpático tem uma ação mais seletiva, pontual.
Todo o sistema nervoso, seja central, periférico ou autônomo, é constituído por tecido nervoso. Este tecido é composto basicamente pelos neurônios e pelas células da glia.
As células da glia têm função de produzir mielina, isolar os neurônios, transportar nutrientes e remover excretas dos neurônios, produzir líquor e fagocitar restos celulares.
Os neurônios são as células nervosas que contam com duas propriedades fundamentais: irritabilidade (excitabilidade, responsividade) e condutibilidade. Todos, com excessão às células amácrinas (da retina), apresentam pelo menos um axônio e um ou mais dentritos, e apresentam-se em três tipos básicos:
1.    Pseudo-unipolares: corpo-celular (pericário) com um único processo que se bifurca;
2.    Bipolares: corpo celular com um processo em cada extremidade;
3.    Multipolares: apresentam um axônio e vários dentritos.
 
Os neurônios transmitem informações através de impulsos nervosos, ou potenciais de ação, que ocorrem devido à mudança de polaridade da membrana ocasionada por um estimulo. Alguns neurônios apresentam seus axônios envoltos por mielina, que promove uma propagação mais rápida dos impulsos nervosos (propagação em saltos).
Os neurônios se comunicam através de sinapses, que podem ser axoaxônicas (axônio com axônio), axodendritica (axônio com dendrito), axosomática (axônio com pericário), dendrodendritica (dendrito com dendrito) e neuromuscular (axônio com músculo).
A propagação do potencial de ação por meio destas sinapses se dá por meio de neurotransmissores, que são substâncias químicas que vão estimular ou inibir o neurônio pós-sináptico.
A anatomia do sistema nervoso é de suma importância para a compreensão das afecções deste sistema, uma vez que existe uma alta correlação entre estrutura lesada ou com disfunção e os sinais e sintomas neurológicos.
Dada tamanha importância, teremos aqui diversos posts desvendando a anatomia funcional das estruturas e algumas correlações clínicas. Espero sua visita!

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