quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Correlações Anatomoclínicas da Ponte



            Diversas síndromes podem acometer a ponte:

            Síndromes Pontinas Basilares Inferiores
            Síndrome de Millard-Gubler, caracterizada por paralisia facial ipsilateral e hemiplegia contralateral do tipo motoneurônio superior. A lesão freqüentemente atinge as radículas do VI nervo;
            Síndrome de Gellé, com surdez ipsilateral, vertigem, paralisia facial variável e hemiparesia contralateral. A lesão envolve o nervo vestibulococlear, trato corticoespinal e nervo facial;
            Síndrome Brissand-Sicard, caracterizada por hemispasmo facial ipsilateral e hemiparesia contralateral.

            Síndromes Pontinas Basilares Superiores
            Hemiparesia Motora Pura e Atáxica: comprometimento do trato corticoespinal e fibras pontocerebelares;
            Síndrome de Disartria – Mão Desajeitada – caracterizada por fraqueza facial central, disartria e disfagia graves, paresia e desjeito da mão;
            Síndrome de Encarceiramento, conseqüente a um infarto na metade anterior da ponte, caracterizada por paralisia de toda a atividade motora, afonia, com o olhar vertical e piscar de olhos preservados servindo como única forma de comunicação;
            Choro e Riso: pequenas lesões na parte basilar da ponte podem levar ao choro patológico, e, mais raramente, ao riso;
            

            Síndromes Pontinas Tegmentais
            Síndrome Tegmental Medial, em que são afetadas as radículas e o núcleo do nervo abducente, o nervo facial e o lemnisco medial. Portanto, as manifestações clínicas são: paralisia ipsilateral do VI nervo e paralisia do olhar lateral, paralisia ipsilateral facial do tipo periférica e perda contralateral do tato discriminativo e cinestesia;
Síndrome Um e Meio, caracterizada por uma paralisia ipsilateral do olhar lateral e oftalmoplegia internuclear (paralisia da adução ipsilateral e nistagmo do contralateral na adução);
Síndrome Pontina Tegmental Póstero-Lateral, causada por lesões vasculares combinadas com lesões no bulbo em lados opostos (artérias cerebelares inferiores anterior e posterior), leva a perda sensitiva dissociada com perda de dor e temperatura e preservação de vibração e sentido de posição em todo o corpo, acompanhada por ataxia dos membros;
Síndrome de Raymond-Foville, caracterizada por paralisia facial periférica, hemiparesia contralateral e paralisia do olhar horizontal ipsilateral;
Alucinose Musical, em que a lesão pode envolver estrias cocleares, núcleo olivar e/ou lemnisco lateral. Provoca alucinações devido à evocações da memória acústica;
Síndrome Pontina Tegmental Média, caracterizada por termoanalgesia em toda a face e metade contralateral do tronco, comprometimento motor ipsilateral do nervo trigêmeo, ataxia, tremor e hemiparesia contralateral;
Síndrome Pontina Tegmantal Superior, cuja lesão envolve o lemnisco medial, fascículo longitudinal medial, trato espinotalâmico e fibras cerebelares, levando a oftalmoplegia internuclear, ataxia ipsilateral e perda hemissensitiva;
Hiperventilação Neurogênica Central: lesões pontinas tegmantais mediais podem afetar a formação reticular pontina paramediana (FRPP) bilateralmente estão associadas a esta síndrome. Caracteriza-se por taquipnéia incessante apesar de pO2 e pH arterial elevados e da pCO2 arterial baixa.

Além de todas estas síndromes, a ponte também é necessária e suficiente para gerar o sono REM (Rapid Eye Movement). Lesões na ponte podem impedir este sono.
            A ponte está relacionada à respiração, de forma que lesões em sua parte basilar acarretam na perda da respiração voluntária.

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